O novo governo português do primeiro-ministro Luís Montenegro apoia a adesão da Ucrânia à União Europeia, disse na quinta-feira o novo ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, criticando a hesitação do governo anterior.
“O primeiro-ministro Luís Montenegro deu um sinal claro de que é a favor do alargamento da UE. Isto é algo que penso que precisava de ser esclarecido, uma vez que Portugal tinha algumas preocupações, especialmente quando lhe foi concedido o estatuto de candidato no ano passado.” Rangel disse no final de uma reunião ministerial da Aliança Atlântica em Bruxelas, como informou o parceiro da Euractiv Lusa.
O ministro reconheceu que o anterior governo socialista do ex-primeiro-ministro António Costa estava “completamente do lado da Ucrânia”, mas na questão do alargamento “houve pelo menos alguma hesitação, o que sempre levou à ambiguidade”.
“Agora não há ambigüidade”, acrescentou.
O antigo primeiro-ministro alertou em diversas ocasiões que o alargamento da UE deve ser acompanhado de uma reforma das estruturas do bloco da UE, incluindo o seu orçamento, a fim de evitar desequilíbrios, por exemplo, na distribuição dos fundos europeus, na representação dos países em o Parlamento Europeu, etc. até mesmo as regras de tomada de decisão entre os Estados-Membros.
Em resposta a estes avisos, o Ministro dos Negócios Estrangeiros reconheceu que o alargamento “implicará, naturalmente, uma reforma financeira e contratual”.
“Essa foi a posição do governo anterior e continua a ser a mesma”, acrescentou, marcando um contraste com o actual governo, que demonstrou uma “firme determinação em apoiar o alargamento, se este for necessário”.
A Ucrânia solicitou a adesão à União Europeia em fevereiro de 2022, logo após o início da invasão russa, e recebeu o estatuto em junho do mesmo ano.
Em dezembro de 2023, a Comissão Europeia recomendou que o Conselho Europeu iniciasse negociações, mas ainda não existe um calendário específico.
(André Ferrão | Lusa.pt)
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