Portugal: O ex-primeiro-ministro está de olho nos líderes da UE quando os confrontos começarem para valer na segunda-feira

As discussões sobre os cargos de topo nas instituições da União Europeia começarão no Conselho Europeu na segunda-feira. Espera-se que resultem numa decisão numa cimeira europeia no final do mês. O ex-primeiro-ministro socialista de Portugal, António Costa, está concorrendo à presidência.

Na segunda-feira, os líderes da UE – incluindo o sucessor de Costa em Lisboa, Luís Montenegro, do Partido Social Democrata (PSD) de centro-direita – reunir-se-ão para um jantar informal em Bruxelas para discutir o próximo ciclo institucional da UE. Isto ocorreu uma semana depois das eleições europeias, nas quais o Partido Popular Europeu (PPE), de direita, venceu, enquanto os Socialistas e Democratas (S&D) ficaram em segundo lugar e os Liberais do Renew Europe ficaram em terceiro.

“O Conselho Europeu é crucial para o preenchimento dos próximos cargos de alto nível da UE, nomeadamente a eleição do Presidente do Conselho Europeu, a nomeação do Presidente da Comissão Europeia e a nomeação do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança”, diz-o na agenda da cimeira informal da instituição.

Esta reunião de alto nível discutirá então o pacote de liderança institucional (que também inclui, embora não oficialmente, a presidência do Parlamento Europeu) e que “cada decisão do Conselho Europeu reflete a diversidade da UE em termos de geografia, tamanho do país, o género e a filiação política devem”, continua a nota da agenda.

Os nomes mais discutidos em Bruxelas são Costa para o Conselho Europeu, Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, a primeira-ministra da Estónia Kaja Kallas para a Alta Representante da UE e Roberta Metsola para a reeleição à frente do Parlamento Europeu.

Uma fonte europeia familiarizada com as discussões disse à Lusa que “as coisas estão a caminhar na direção certa” no que diz respeito à nomeação de Costa, bem como de von der Leyen e Metsola, mas não no que diz respeito à nomeação de Kallas. Espera-se que em futuras negociações fora da UE, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, também do campo liberal, seja eleito secretário-geral da NATO.

A liderança do S&D deverá anunciar em breve o seu apoio oficial a Costa e também a von der Leyen.

Fonte do PPE disse à Lusa que a posição do grupo no apoio a Costa depende do pacote apresentado no Conselho Europeu, embora haja interesse em chegar a acordo sobre os quatro cargos superiores. A mesma fonte lembrou o apoio do Montenegro à nomeação de Costa e prometeu que a sua família política europeia não a bloquearia.

Numa perspetiva liberal, não quiseram comentar isto, mas sim com o argumento de que o grupo Renovar a Europa está atualmente concentrado na composição do grupo e só depois pensará nos cargos de topo.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ele próprio do campo liberal, disse em entrevista à Lusa no final de maio que era “dever” dos chefes de Estado e de governo da UE chegar a um acordo sobre o preenchimento do topo posições no próximo até ao final do ciclo institucional de junho para garantir a “continuidade” do projeto europeu.

Para maximizar as hipóteses de um acordo, ele organizou um jantar informal de chefes de governo da UE na próxima segunda-feira, antes da cimeira crucial da UE em 27 e 28 de junho, disse ele. Também realizou reuniões bilaterais com chefes de Estado e de governo da UE, incluindo os do Montenegro.

Embora Costa tenha renunciado ao cargo de primeiro-ministro depois do seu nome ter surgido numa investigação criminal sobre alegados casos de abuso governamental, Costa continua a ser um forte candidato à sucessão de Michel (que está no cargo desde 2019) como presidente do Conselho Europeu, a instituição da UE na qual o os governos dos países da UE se unam. A nomeação é feita pelos chefes de Estado e de governo da UE, que decidem por maioria qualificada (pelo menos 55% dos 27 Estados-Membros, representando pelo menos 65% da população total).

Além do Montenegro, que já manifestou o seu apoio à nomeação do seu compatriota, o campo do PPE inclui onze outros chefes de governo e chefes de Estado (na Grécia, Croácia, Letónia, Suécia, Áustria, Irlanda, Roménia, Finlândia, Chipre , Polónia e Luxemburgo).

É também o Conselho Europeu quem propõe o candidato a Presidente da Comissão Europeia, instituição cujo presidente é von der Leyen desde 2019. Após esta confirmação final, a decisão cabe então ao Parlamento Europeu, que deve votar a favor com a maioria dos seus membros (metade dos 720 eurodeputados mais um).

Fonte: Lusa

Nicole Leitão

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