O embaixador palestiniano em Lisboa, Nabil Abuznaid, disse esperar que Portugal, juntamente com Espanha, Noruega e Irlanda, reconheçam na terça-feira a Palestina como um Estado independente e soberano, citando os vários pedidos feitos pelos parlamentares portugueses ao governo neste sentido.
Numa mensagem à LusaAbuznaid manifestou a esperança de que Portugal seja um dos primeiros países europeus a reconhecer a Palestina, salientando que o parlamento do país já enviou este pedido ao governo de Lisboa “mais do que uma vez”.
“Espero que Portugal se junte a este grupo de países e esteja entre os primeiros países europeus a reconhecer o Estado da Palestina, até porque o amigo povo português está entre os defensores dos direitos do povo palestiniano”, dizia a mensagem.
“Na verdade, o Parlamento português apelou ao governo mais de uma vez e durante muito tempo para reconhecer o Estado da Palestina”, acrescentou o embaixador.
Abuznaid também agradeceu “a todos os povos e governos do mundo que apoiam o povo palestino na consecução dos seus objetivos nacionais” e destacou os países europeus “que hoje reconheceram oficialmente o Estado da Palestina”.
Segundo o diplomata palestiniano, o reconhecimento do Estado da Palestina é “um passo importante para uma solução de dois Estados, na qual a Palestina e Israel vivam juntos em paz”.
“O não reconhecimento do Estado da Palestina encorajará a continuação da ocupação e da injustiça contra o povo palestiniano”, acrescentou Abuznaid, destacando os esforços do secretário-geral da ONU, António Guterres, neste sentido.
“Nesta ocasião, devo também agradecer ao filho de Portugal, António Guterres, que lidera a luta pela humanidade e pelo direito internacional para proteger o povo palestiniano”, sublinhou o diplomata, citando as palavras do general de Guterres na segunda-feira, após um ataque israelita ataque ao campo de refugiados em Rafah, onde 45 pessoas morreram.
“Condeno as ações de Israel, que mataram dezenas de civis inocentes que procuravam simplesmente proteção neste conflito mortal. Não há lugar seguro em Gaza. Este horror tem de parar”, disse Guterres, como recordou Abuznaid na sua mensagem.
O governo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, concordou na terça-feira em reconhecer formalmente a Palestina como um Estado, disseram a porta-voz do gabinete, Pilar Alegría, e o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, em uma entrevista coletiva em Madri.
O ministro defendeu que a decisão tomada em Madrid é uma questão de justiça para o povo palestiniano, mas também “a única forma de garantir a Israel a segurança que legitimamente exige e o único caminho viável para a paz na região”.
Espanha, Noruega e Irlanda comprometeram-se a reconhecer formalmente a Palestina como um Estado, juntando-se a mais de 140 países em todo o mundo que já o fizeram, enquanto Israel conduz uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde Outubro.
(José Sousa Dias – editado por Pedro Sousa Carvalho | Lusa.pt)
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