A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, assinou sexta-feira o despacho que reconhece a situação de seca em 40% da região sul do país, que vai também ativar medidas de apoio aos agricultores, anunciou segunda-feira.
Segundo o ministro, o despacho foi assinado Sexta-feira depois de o ministério ter recebido dados do instituto meteorológico nacional IPMA de que “não chovia há dois meses”, houve “três ondas de calor em abril” e “temperaturas médias e máximas muito acima do normal”.
“Isto permite-nos dizer com a Comissão Europeia que estamos numa situação de seca”, disse Maria do Céu Antunes no Fundão, onde esteve presente no leilão das primeiras cerejas do Fundão de 2023 e na apresentação do evento de promoção da fruta onde esteve presente.
Segundo o ministro, os dados técnicos permitiram a assinatura do decreto da seca, que permite “activar um conjunto de medidas no quadro do apoio aos agricultores”.
Maria do Céu Antunes explicou que esta ajuda pode advir da aplicação única do plano estratégico da Política Agrícola Comum (PAC) ou de “outro conjunto de medidas” para o qual Bruxelas pede aprovação, incluindo a utilização de pousio para pastagem.
O ministro reconheceu que “prevê-se que a situação se deteriore” e que o ministério vai “acompanhar muito de perto”.
Maria do Céu Antunes adiantou que a comissão interministerial da seca vai reunir “sempre que se justifique” para tomar “as medidas necessárias” caso seja imperativo o alargamento da área afectada pela seca.
Segundo o ministro, 60 das 65 albufeiras hidroagrícolas monitorizadas com planos de contingência aprovados têm garantida a época de rega devido às chuvas de Dezembro e Janeiro.
“Temos cinco reservatórios com sérias restrições, o que aconteceu já no ano passado, mas há uma série de investimentos que estão sendo feitos estruturalmente para que possamos melhorar esses reservatórios”, enfatizou o ministro.
Maria do Céu Antunes sublinhou que existem “alguns entraves administrativos” ao cumprimento do aviso específico para a criação de charcos, mas salientou que é um trabalho que está a ser feito em colaboração com o Ministério do Ambiente para “resolver a situação” e uma solução à descoberta de uma rede de cacimbas que “permitisse uma maior capacidade de reter a água da chuva que cai menos, mas quando cai, em grande quantidade”.
(Ana Rodrigues; editado por Cristina Cardoso | Lusa.pt)
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