O novo governo de Portugal quer reintroduzir incentivos fiscais para estrangeiros, a fim de atrair trabalhadores altamente qualificados para o país, ao mesmo tempo que enfrenta a crise imobiliária.
No âmbito de uma iniciativa para estimular o crescimento económico, o governo português adoptou um pacote de 60 medidas, incluindo incentivos fiscais, informa Schengen.News.
Segundo o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, “os dividendos, mais-valias e pensões” ficarão excluídos do imposto, pelo que a redução fiscal sob a forma de uma taxa uniforme de imposto sobre o rendimento de 20 por cento só se aplicará aos “salários e rendimentos profissionais”.
Precisamos de trabalhadores qualificados e de crescimento económico. Temos que compensar isso com moradias mais acessíveis. Se nos concentrarmos apenas num lado da política, é claro que haverá habitação mais acessível, mas menos crescimento económico. Então temos que equilibrar essas duas partes.
Impostos se aplicam a pensionistas estrangeiros
O governo português decidiu tributar os estrangeiros com uma pensão depois de enfrentar muitas críticas no governo anterior. Inicialmente, as pensões estavam isentas de impostos, mas posteriormente foi aplicada uma taxa fixa de dez por cento.
Os países nórdicos têm estado entre os maiores reclamantes de incentivos fiscais. Eles disseram que isso significava que os pensionistas não teriam mais que pagar impostos nos seus países de origem.
Nuno Cunha Barnabé, sócio fiscal do escritório de advogados lisboeta Abreu Advogados, disse ao Financial Times que foi estranha a inclusão dos reformados no regime anterior.
Isso foi contra a demografia. Não fazia nenhum sentido”, disse ele. “Já temos uma população idosa. Atrair aposentados coloca maior pressão sobre nosso sistema de saúde. Temos que atrair os jovens.”
Grandes empresas em Portugal acolhem abertamente nova medida
Muitas empresas portuguesas provavelmente ficarão satisfeitas com a nova medida, pois esperam atrair trabalhadores qualificados para as suas empresas. Dizem que faltam engenheiros, pesquisadores e gestores.
Isto irá agradar a algumas pessoas. Pode não ser suficiente, mas o governo pode fazer alguma coisa.
O alívio fiscal também será benéfico para os cidadãos portugueses que viveram no estrangeiro. Antes desta medida, os beneficiários tinham de obter residência fiscal em Portugal passando seis meses (183 dias) por ano em Portugal ou adquirindo um imóvel com um custo mínimo de 500.000 euros.
Miranda Sarmento confirmou ainda que o governo não vai reverter a extinção dos “Vistos Gold” que impactaram a crise imobiliária no país.
“Aficionado por viagens. Nerd da Internet. Estudante profissional. Comunicador. Amante de café. Organizador freelance. Aficionado orgulhoso de bacon.”