Prazo de reembolso “muito além do ideal”

A conclusão é tirada de Relatório de Pagamentos Europeus 2024sendo as categorias Governo e sector público e construção as únicas entre as 15 categorias analisadas a registarem uma descida este ano face a 2023.

“Todos os outros setores registaram um aumento no número médio de dias necessários para pagar aos seus fornecedores”, refere um comunicado que acompanha o relatório, detalhando que na construção os prazos caíram em média quatro dias, para 57 dias.

O relatório nota que em Portugal os prazos de pagamento aos fornecedores estão “muito acima dos prazos ideais”, sendo que apenas os setores farmacêutico, médico e biotecnológico “caem abaixo dos cinquenta dias, pagando em média os seus fornecedores em 49 dias”.

Entre os setores com os maiores atrasos no pagamento de fornecedores estão transporte e logística (75 dias, 13 dias a mais que no ano passado), energia e utilidades (70 dias, mais oito dias) e mineração e minério de ferro, telecomunicações e tecnologia e mídia, todos com as taxas de atraso de pagamento mais longas. o prazo médio é de 68 dias.

As maiores variações face a 2023 foram os seguros (mais 21 dias, para 62 dias), hotéis e lazer (mais 14 dias, para 63 dias) e telecomunicações e retalho, ambos com um aumento de 13 dias face ao ano anterior.

Citado no seu comunicado, o diretor-geral da Intrum, Luís Salvaterra, afirmou que “apesar de alguns sinais positivos, há sinais de um declínio na disciplina de pagamentos que está a afetar gravemente a saúde financeira das empresas nacionais”.

“Os fornecedores que pagam com atraso podem ter dificuldade em pagar os seus próprios fornecedores em dia, e assim por diante. “Todas as organizações devem fazer mais para evitar este círculo vicioso”, sublinhou.

Intrum elogiou a intervenção do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no debate sobre o Estado da União onde defendeu o Estado por pagamentos mais rápidos. “Esta é uma decisão positiva que certamente reduzirá ainda mais o número médio de dias necessários ao Governo e ao sector público para pagar aos seus fornecedores, para que os pagamentos possam ser feitos mais rapidamente. Esperamos que outros setores de atividade sigam os seus passos”, acrescentou o gestor da empresa.

No início de julho, o Governo anunciou o plano “O País paga em 30 dias”, uma das medidas contidas no Programa do Governo, que faz parte de um pacote de 60 medidas para melhorar a economia de Portugal.

Chico Braga

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