O projeto de resolução apresentado pelo Presidente da Assembleia da República foi aprovado com votos favoráveis do PS, PSD e PCP, abstenção do Chega e votos contra do IL, BE, PAN e Livre.
Após a votação, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, interveio e justificou o voto positivo da sua banca afirmando que “o Parlamento não pretende garantir as opções políticas de deslocações e relações internacionais do Presidente da República”.
“A forma como a Assembleia da República tem interpretado desde 1976 (…) este consentimento, este consentimento, é que a saída do Presidente da República do território de Sua Excelência não põe em causa o normal funcionamento das instituições e, portanto, são mais do que política externa ou razões internacionais, são questões sobre o funcionamento das instituições”, sublinhou.
Pela Iniciativa Liberal, líder do grupo, Rodrigo Saraiva, disse que seu partido estuda Marcelo Rebelo de Sousa “não deve viajar para o Catar porque esta Copa do Mundo está sendo usada pelo regime do Catar como uma ferramenta geopolítica para validar a credibilidade em nível internacional, que não tem.”
O deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro, defendeu que “nenhuma autoridade ou órgão de soberania se desloque ao Qatar para se fazer representar neste Mundial” e legitimou um regime que comete “repetidas e chocantes violações dos direitos humanos”.
De acordo com a Constituição, o Presidente da República não pode sair do território da República sem o consentimento da Assembleia da República.
No pedido de deslocação, Marcelo Rebelo de Sousa pede a aprovação do Parlamento para deixar o país entre quarta e sexta-feira para assistir ao primeiro jogo da equipa no Qatar e admite a possibilidade de deslocar-se via Cairo para assistir a uma conferência sobre “Participar no “Futuro da Educação de Qualidade” juntamente com outros chefes de estado.
Na passada quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “o Qatar não respeita os direitos humanos”, mas exigiu que o foco fosse antes a selecção nacional, declarações que suscitaram críticas de vários partidos.
“O Catar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e tal… mas enfim, vamos esquecer isso, é censurável, mas vamos focar no time. Começámos muito bem e terminámos muito bem», disse Marcelo Rebelo de Sousa no final do jogo preparatório entre Portugal e a Nigéria, em Lisboa.
Um dia depois, em Fátima, o Chefe de Estado anunciou que assistiria ao primeiro jogo se o Parlamento o permitisse, e garantiu que pretendia falar sobre direitos humanos.
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