Por Nelson Acosta
HAVANA/LISBOA (Reuters) – O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, chegou a Portugal para uma visita de Estado, informou seu gabinete nesta quinta-feira, confirmando sua presença em uma próxima cúpula com a União Europeia, um dia depois de o Parlamento da UE suspender as sanções contra o país o havia exigido.
Diaz-Canel visitará o Parlamento de Lisboa na sexta-feira e depois viajará para Bruxelas, onde os líderes da UE e da Comunidade da América Latina e do Caribe (CELAC) participarão da primeira cúpula UE-CELAC em oito anos, a partir de segunda-feira.
Cuba “participará da cúpula com espírito construtivo e ajudará a fortalecer as relações birregionais baseadas na igualdade”, disse a Presidência cubana em um tuíte.
Cuba disse na segunda-feira que deseja laços mais fortes com a Europa, mas criticou a abordagem da UE à cúpula como manipuladora e opaca. Dois dias depois, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando duramente o histórico de direitos humanos de Cuba.
A resolução pedia sanções contra Díaz-Canel e outros altos funcionários e sugeria que “regimes autocráticos não deveriam comparecer a tais cúpulas”.
Cuba condenou isso, dizendo que o parlamento não tinha poder para governar a ilha caribenha e questionou os objetivos do bloco de revitalizar os laços regionais.
Em julho de 2021, milhares de cubanos foram às ruas em protestos antigovernamentais, os maiores desde a revolução de Fidel Castro em 1959. O governo comunista posteriormente prendeu centenas de ativistas, atraindo duras críticas da UE e dos Estados Unidos evocados.
O governo cubano diz que os Estados Unidos instigaram os tumultos e acusaram os presos de crimes que vão desde vandalismo a agressão e sedição.
Espera-se que os líderes da cúpula de Bruxelas discutam questões como mudança climática, financiamento para o desenvolvimento e a crise de segurança do Haiti.
(Reportagem de Nelson Acosta em Havana e Andrey Khalip em Lisboa; Texto de Sarah Morland; Edição de Frances Kerry)
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