Israel deveria reconsiderar a sua decisão de declarar o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, “persona non grata”, em linha com a posição do governo português na quarta-feira, disse o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira.
“Penso que seria muito sensato se as autoridades israelitas reconsiderassem esta posição porque é desproporcional. Onde o secretário-geral falou de arrependimento, teriam preferido condenar que esse arrependimento não era suficiente”, disse.
Recebo de Sousa falou à entrada da Escola Alves Martins, em Viseu, onde foi agraciado com o título de Membro Honorário da Ordem da Instrução Pública.
“É uma situação praticamente sem precedentes em relação a um Secretário-Geral das Nações Unidas ou a figuras internacionais importantes. Mesmo com países que normalmente se vetam no Conselho de Segurança e, como sabem, paralisam o Conselho de Segurança”, disse.
O presidente, que disse ter falado com Guterres por telefone na quarta-feira, também concordou com a União Europeia que os esforços devem continuar para “superar a situação que realmente piora a cada dia”.
“Se as relações entre os Estados e as instituições internacionais visam alcançar a paz a mais ou menos curto prazo, é uma questão de bom senso reconsiderar estas decisões”, concluiu.
O chefe da ONU respondeu às críticas de Israel dizendo que condenou implicitamente o regime iraniano num comunicado divulgado na noite de terça-feira.
“Exatamente como fiz em relação ao ataque iraniano em abril, e deveria ter sido óbvio que fiz isso ontem [Tuesday] “No contexto da condenação que expressei, condeno nos termos mais fortes o ataque massivo de mísseis do Irão contra Israel”, sublinhou Guterres durante uma reunião do Conselho de Segurança na quinta-feira.
O governo iraniano disparou cerca de 200 foguetes contra Israel na noite de terça-feira em retaliação pelo assassinato do líder do movimento islâmico palestino Hamas, Ismail Haniyeh, do líder do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, Hasan Nasrallah, e de um general iraniano.
(Cristina Marques – editado por Pedro Sousa Carvalho, Daniel Eck | Lusa.pt)
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