Por Sérgio Gonçalves
LISBOA (Reuters) – Quase 100% da tripulação de cabine da EasyJet em Portugal se ausentou do trabalho por cinco dias nesta sexta-feira e o sindicato está ameaçando mais greves nos próximos meses se a empresa continuar a recusar os aumentos salariais exigidos.
A tripulação de cabine da EasyJet em Portugal, um popular destino europeu de férias de verão, convocou a terceira greve do ano de 21 a 25 de julho em meio a um conflito crescente com a administração sobre aumentos salariais para compensar o aumento do custo de vida, disse Ricardo Penarroias, líder sindical do SNPVAC.
Penarroias não descarta novas greves nos próximos meses caso as negociações com a empresa não avancem.
“Vamos verificar com o sindicalista se a greve acontecerá em agosto, setembro, outubro ou no final do ano”, disse ele à Reuters.
Ele disse: “Seus colegas franceses, alemães e suíços na tripulação de cabine, que ganham entre 70% e 100% a mais que os portugueses, só conseguiram melhores salários após várias greves.”
A Easyjet disse estar “extremamente desapontada com o fato de o SNPVAC estar planejando uma nova ação grevista”, pois propôs um aumento salarial médio de 21% nos próximos três anos, o que considerou justo e comparado aos 44% exigidos pelo sindicato.
Penarroias não confirmou quanto pede o sindicato, mas disse que “a proposta da empresa é claramente insuficiente”.
O caos nos aeroportos portugueses foi evitado na sexta-feira, quando a companhia aérea britânica cancelou 346 voos dos 508 de e para o país que normalmente teria operado antes da greve.
A lei portuguesa de defesa do consumidor obriga a tripulação de cabine a assegurar 96 voos durante os cinco dias. Não está claro o que acontecerá com os outros 66 voos.
(Reportagem de Sergio Gonçalves; Edição de Inti Landauro e Louise Heavens)
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