“Vamos ser amigos do investimento” – The Portugal News

Apesar de Portugal ser um país constituído maioritariamente por pequenas empresas, o “chefe dos patrões”, António Saraiva, apelou a três reformas fundamentais para a prosperidade económica.

Numa conferência de economia no Algarve a ter lugar no dia 25 de fevereiro, António Saraiva, presidente da associação de empresas em Portugal (CIP), falou aos empresários do setor hoteleiro sobre os novos desafios da economia portuguesa. O evento, que decorreu no recinto da AHETA (Associação Algarvia de Empresas de Hotelaria e Turismo), em Albufeira, contou com a presença de José Carlos Rolo, autarca de Albufeira, e Hélder Martins, presidente da AHETA.

Na sequência da guerra entre a Ucrânia e a Rússia que acabava de eclodir, António Saraiva disse que as perspetivas geopolíticas externas tiveram um enorme impacto na economia portuguesa, mas que o país tinha de fazer o seu trabalho interno para ultrapassar todas estas dificuldades.

País da pequena empresa

“Portugal é um país de pequenas e médias empresas”, disse. Das 1.300.000 empresas sediadas em Portugal, 1.200.000 são pequenas empresas, apenas 1.600 são grandes e as restantes são médias empresas. Essas empresas são a matéria-prima da nossa economia e é com isso que temos que lidar.

Nesse sentido, ele acredita que o crescimento é fundamental. “Nos últimos 10 anos, este país cresceu em média apenas 1,5%. Os partidos políticos – tanto de direita quanto de esquerda – devem olhar para esse problema com um plano estratégico para que o país possa se desenvolver. É por isso que o crescimento é uma palavra de ordem, mas só se consegue com políticas públicas”, disse António Saraiva numa conferência intitulada “Novos desafios da economia portuguesa”.

Além disso, “o patrão dos patrões”, como era chamado, defendia três reformas fundamentais, uma em matéria tributária, outra na justiça e a última na administração pública. Algo que ele acredita estar ao alcance do governo, que recentemente conquistou a maioria no parlamento.

Principais políticas para impulsionar a economia

Segundo António Saraiva, Portugal tem impostos elevados, o que não permite que o país cresça economicamente. Além disso, defende que se deve pensar gradualmente na redução do imposto sobre as sociedades (IRC). “Vamos ser favoráveis ​​ao investimento, premiando quem cria empregos”, disse.

Do lado da justiça, António Saraiva disse que os tribunais portugueses demoram quatro vezes mais a resolver os processos do que a média da UE. Além disso, ele disse que a justiça precisa ser mais rápida na resolução de conflitos judiciais, caso contrário, surgem sentimentos de injustiça entre a população.

Por último, mas não menos importante, as reformas da administração pública que António Saraiva já defendeu. “Demorou alguns anos para obter a licença para construir uma fábrica e com os impostos que pagamos, merecemos um serviço mais eficiente e melhor”, acrescentou.

“Temos 800 mil servidores públicos na administração pública”. O número que António Saraiva considera suficiente para realizar a mobilidade interna sempre que necessário em vez de contratar mais pessoal. “Não estou dizendo que devemos demitir os funcionários públicos que já temos, mas podemos executá-lo com mais eficiência.”

Além disso, ele acredita que a digitalização é muito importante. “Não devemos pedir documentos que possam estar no sistema. É desse tipo de eficiência que estou falando”, disse ele.

Fernão Teixeira

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