(Adiciona detalhes e fundo)
LISBOA, 22 Abr (Reuters) – Portugal não viu nenhuma desaceleração no investimento estrangeiro, apesar da crise do coronavírus, mesmo assinando novos acordos nas últimas semanas, disse o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, nesta quarta-feira.
Siza Vieira disse que, embora Portugal possa desistir no futuro devido à crise, Portugal continuará sendo um país atraente a longo prazo, principalmente por causa de seu registro relativamente silencioso de coronavírus após as primeiras contramedidas do governo.
“Até agora não vimos nenhum cancelamento de investimento”, disse ele em entrevista coletiva. “Pelo contrário, sabemos que houve alguns negócios em andamento nas últimas semanas.”
Em fevereiro, antes de o coronavírus chegar à Europa, a agência estatal portuguesa para a promoção de investimentos e exportações, AICEP, disse esperar bater este ano um novo recorde de investimento em projetos orientados para a exportação, com as autoridades a terem planos superiores a Teste de 1 bilhão de euros.
Não está claro o quanto a pandemia de coronavírus afetará esses planos, mas os economistas acreditam que as medidas de bloqueio impostas para conter a propagação do vírus levarão a maioria dos países a uma recessão profunda.
O Fundo Monetário Internacional assume que o produto interno bruto de Portugal encolherá 8% este ano. Eles também esperam que o desemprego, que havia caído antes, mais que dobre este ano para 13,9% e o déficit orçamentário chegue a 7,1% do PIB.
CONTENDO CORONAVÍRUS
As exportações e o turismo em expansão apoiaram a recuperação econômica e financeira de Portugal após a crise da dívida e o resgate de 2011–14.
“O que atrai principalmente os investidores são fatores que permanecem, como a segurança e a estabilidade política”, disse Siza Vieira, acrescentando que a forma como Portugal geriu o surto também está a ser considerada pelos potenciais investidores.
Portugal regista até ao momento 21.379 casos confirmados de coronavírus e 762 mortos, um número relativamente baixo, sobretudo quando comparado com a vizinha Espanha, fortemente atingida, que regista quase 22 mil mortos, mesmo tendo em conta a população. Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes e Espanha 47 milhões.
Portugal tinha apenas cerca de 642 casos confirmados e duas mortes por coronavírus quando declarou estado de emergência nacional em 18 de março, interrompendo todos os serviços não essenciais. A Espanha relatou sua primeira morte em 3 de março, mas não impôs o bloqueio até 11 dias depois. A França demorou ainda mais.
“Poucos países agiram tão cedo como Portugal”, afirmou Siza Vieira. “E conseguimos fazer isso sem ter que desligar toda a nossa atividade econômica, pois a manufatura, a construção e o transporte continuam operacionais”.
Portugal estendeu o confinamento até 2 de maio.
Reportagem de Catarina Demony e Sergio Gonçalves; Editado por Andrei Khalip e Gareth Jones
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