Quase metade dos médicos do país trabalham fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), disse o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), defendendo um SNS mais moderno, actualizado e competitivo para atrair especialistas.
“Optou por sair do SNS e trabalhar no setor privado ou social ou trabalhar noutro país, nomeadamente na União Europeia”, disse Miguel Guimarães na IV Conferência da Convenção Nacional de Saúde “Restaure a saúde já!”.
Segundo a OM, estão inscritos na ordem cerca de 59 mil profissionais, dos quais cerca de 31 mil no Serviço Nacional de Saúde.
Miguel Guimarães deu o exemplo dos médicos de medicina geral e familiar e explicou que há cerca de 1.600 médicos recém-licenciados que não trabalham no Serviço Nacional de Saúde.
“Em fevereiro de 2019, 688 mil portugueses não tinham médico de família, em junho de 2020, 851 mil portugueses não tinham médico de família e em julho de 2021, 1.156 mil portugueses não tinham médico de família. “Estes dados significam uma de duas coisas: ou a população portuguesa está a crescer muito rapidamente, o que como todos sabemos não é verdade, ou não há médicos de família suficientes no Serviço Nacional de Saúde para cada cidadão”, sublinhou.
Para o presidente, esta situação é “absolutamente lamentável” quando há cerca de 1.600 médicos de família recém-licenciados fora do SNS.
“Talvez se o Estado tivesse uma política de recrutamento de profissionais diferente, valorizaria a carreira dos profissionais, neste caso dos médicos, se o Estado tivesse um serviço nacional de saúde moderno, moderno e competitivo com os sectores social e privado.” “Competir com os restantes países da União Europeia (…) foi fácil recrutar 1.600 médicos de clínica geral fora do SNS para cuidar de 1.141.000 portugueses”, defendeu.
Para Miguel Guimarães, “esta mudança deve ser feita para o bem do SNS, para torná-lo mais robusto e ágil”.
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