Esses dados são fornecidos pela Comissão Europeia em um relatório que leva em consideração fatores como intensidade energética, dependência do gás russo e exportações para a Rússia.
Toda a Europa estava se recuperando dos efeitos da pandemia quando a Ucrânia foi atacada pela Rússia. Desde então, quase três meses depois, as consequências econômicas se espalharam por toda a Europa. No entanto, Portugal continua no final da lista de países propensos a este conflito.
“Refletindo a proximidade geográfica e importantes ligações comerciais, a guerra na Ucrânia pesa sobre a economia europeia mais severamente do que outras grandes economias, como os EUA ou a China. Por sua vez, dentro da UE, os Estados-Membros têm diferentes níveis de exposição a múltiplos canais de transmissão dos efeitos da guerra”, disse o relatório.
Num gráfico elaborado pela Comissão Europeia, os países bálticos e os países da Europa Central e Oriental surgem como os mais vulneráveis. A razão para isso pode ser a alta intensidade energética de sua economia e a importância da Rússia no comércio.
Entre os maiores Estados-Membros, a Polónia é o país mais vulnerável devido à sua elevada exposição comercial com a Rússia, bem como à importância da energia russa no consumo de energia dos cidadãos. A Polónia é seguida pela Holanda, Alemanha e Itália com exposições de acordo com a média europeia. “Ainda nas principais economias, França e Espanha estão entre as menos expostas”, acrescentaram.
Quanto às grandes economias: “Para os Países Baixos, a vulnerabilidade refere-se principalmente à vulnerabilidade dos ativos e das famílias aos altos preços da energia, enquanto para a Itália e a Alemanha reflete uma combinação da importância das importações de gás russo na energia bruta disponível, exposição dos ativos e vulnerabilidade. Finalmente, a França e a Espanha surgiram, em média, como os grandes Estados-Membros da UE menos expostos”, mostra o relatório.
Portugal e Malta “fecham o ranking” como os estados membros da UE menos afetados pela guerra. Isto poderá explicar por que razão a economia portuguesa será a que mais cresce (5,8 por cento) até 2022, segundo uma previsão da Comissão Europeia divulgada a 16 de maio, e ao mesmo tempo o país com a menor taxa de inflação (4,4 por cento).
Na análise da economia portuguesa, os especialistas europeus reconhecem os riscos. No entanto, “dada a baixa exposição direta de Portugal à região afetada, estes riscos são em grande parte indiretos, decorrentes dos preços das matérias-primas, da segurança da oferta e da incerteza da procura global”, explicou a Comissão Europeia.
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