LISBOA, 10 Mai (Reuters) – O governo português emitiu um decreto nesta quinta-feira concedendo às autoridades fiscais acesso automático a saldos de contas bancárias superiores a 50.000 euros (59.455 dólares) como parte dos esforços para combater a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro.
A decisão foi aprovada pela primeira vez pelo gabinete em 2016, mas foi vetada pelo então presidente Marcelo Rebelo de Souza. Na quarta-feira, o presidente disse que sua única preocupação era com a difícil situação do setor bancário, que pode ser agravada por tais ações.
Desde então, os bancos portugueses aumentaram a sua solvência e regressaram em grande medida aos lucros.
“As condições já existem do ponto de vista financeiro e legal para tornar este passo… essencial para combater a fraude e evasão fiscal e lavagem de dinheiro”, disse o ministro das Finanças, Mario Centeno, em entrevista coletiva.
Até recentemente, as autoridades fiscais portuguesas precisavam da autorização do juiz para receber informações sobre os saldos das contas bancárias dos cidadãos portugueses. Esses dados sobre contas mantidas por estrangeiros já são compartilhados com as autoridades fiscais de seus respectivos países sob diversos tratados internacionais.
Desde o início da crise económica e da dívida em 2010, Portugal tem vindo a tomar várias medidas para combater a evasão fiscal e a economia paralela, estimando-se que esta última representou cerca de um quinto do produto interno bruto.
O Tribunal de Contas estima que a ação tenha levado cerca de 500 milhões de euros ao tesouro do Estado em 2016.
$ 1 = 0,8410 euros Reportado por Sergio Gonçalves e Andrei Khalip
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