CEO da TAP Air Portugal despedido devido a pagamentos irregulares de indemnizações a funcionários do governo

Christine Ourmières-Widener, ex-CEO da TAP Air Portugal, foi demitida pelo governo português devido ao pagamento de indemnizações a Alexandra Reis, ex-funcionária do governo que também fez parte do conselho de administração da companhia aérea.

O escândalo que levou à saída imediata de Ourmières-Widener e do presidente da companhia aérea, Manuel Beja, tem sido descrito como um episódio que “abalou a confiança dos portugueses na TAP”, segundo o ministro das Finanças de Portugal, Fernando Medina.

“É muito importante, acima de tudo, restabelecer os laços de confiança entre o Estado e a empresa”, disse Medina, que informou ainda que a companhia aérea nacional passa a ser dirigida por Luís Rodrigues, ex-CEO da SATA Air Açores, empresa privada operador próprio sediado nos Açores.

Segundo Medina, Alexandra Reis foi forçada a deixar o cargo de ministra das Relações Exteriores em dezembro passado. Alegadamente, ele exigiu uma indenização de € 1,5 milhão ($ 1.586.000), mas recebeu apenas o que foi considerado um pagamento “ilegal” de € 450.110 ($ 476.000). O ministro das Finanças referiu que os pagamentos foram aprovados sob a liderança de Ourmières-Widener e Beja, provocando a paragem imediata “com justa causa”.

Ourmières-Widener contestou a decisão unilateral do governo português, afirmando que se sentia “confuso”. Ele alegou ser a única pessoa diretamente envolvida com o assunto que não foi ouvida pela comissão de investigação.

“Este comportamento discriminatório por parte da IGF está devidamente registado, pelo que todas as consequências legais serão revogadas oportunamente”, lê-se no documento compilado por Ourmières-Widener.

Entretanto, Medina esclareceu que, apesar da reformulação no centro de comando da companhia aérea, a TAP Air Portugal continua o seu caminho para a privatização.

Atualmente, a companhia aérea está sob um plano de resgate de € 3,2 bilhões (US$ 3,38 bilhões) aprovado pela União Europeia após o desastre causado pela pandemia. No entanto, o governo português, que detém 100 por cento das ações da companhia aérea, está empenhado em garantir um acordo para a venda da companhia aérea em breve. O Grupo Lufthansa e a Air France-KLM são os principais candidatos a uma aquisição total da companhia aérea.

Chico Braga

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