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Em meio a incêndios florestais e secas em Portugal e em todo o continente europeu, não há sinais de retorno ao acordo de cooperação da China com os Estados Unidos no combate ao aquecimento global.
Os incêndios florestais e as secas ilustram a ameaça sempre presente das mudanças climáticas, mas o surpreendente fracasso do acordo assinado pela China e os EUA no ano passado levantou ainda mais preocupações sobre como salvar nosso planeta.
A China e os EUA não são apenas as duas maiores economias do mundo, mas também os dois maiores poluidores de gases de efeito estufa do mundo. Juntos, eles são responsáveis por cerca de 40% das emissões globais.
O colapso em sua cooperação parece mesquinho, pois parece ter sido causado pela breve visita da política americana Nancy Pelosi a Taiwan, que a China reivindica como uma província de todo o seu território.
Cientistas do clima dizem que há poucas chances de evitar aumentos catastróficos de calor sem que a China e os EUA trabalhem juntos.
As crescentes tensões entre as superpotências as tornaram cada vez mais suspeitas, dificultando o compartilhamento de informações de pesquisas climáticas entre cientistas não políticos.
O último confronto entre a China e os EUA ocorreu quando o Senado dos EUA estava prestes a aprovar um projeto de lei que incluía mais de US$ 300 bilhões em investimentos climáticos. As propostas sem precedentes já passaram pelo Congresso e devem entrar em vigor nesta semana.
Em outros lugares, no entanto, os principais governos estão hesitantes e ainda não estão fazendo o suficiente para limitar o aquecimento a 1,5°C.
A China e os EUA concordaram em intensificar a cooperação pelo resto desta década em uma declaração conjunta durante a conferência COP 26 organizada pelas Nações Unidas em Glasgow em novembro passado. Este compromisso foi assumido na presença de delegados de quase 200 países. Foi visto como uma conquista muito positiva em uma conferência decepcionante. As apostas são altas para a COP 27 em Sharm el-Sheikh, Egito, de 6 a 18 de novembro.
Enquanto isso, Reuters A agência de notícias agendou firmemente uma discussão “IMPACT” destinada a mobilizar as empresas para a ação climática. Mais de 300 altos executivos e funcionários do governo participarão do evento nos dias 3 e 4 de outubro em Londres.
Ninguém se preocupa mais em impulsionar a ação nessa questão do que os jovens, que têm mais a temer. Espera-se que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos se pronuncie sobre a alegação de um grupo de seis jovens portugueses no outono de que as políticas de proteção climática de 32 países europeus são inadequadas. Essa batalha legal vem se formando há cinco anos, mas agora foi encaminhada à grande câmara do tribunal, onde será examinada por 17 juízes.
O grupo português assumiu esta batalha legal porque diz que a crise climática afeta o seu direito à vida, o seu direito ao respeito pela sua vida privada e familiar e o seu direito a não ser discriminado.
Os seis queixosos portugueses são representados por 10 advogados de diferentes câmaras britânicas. Os 32 países réus incluem França, Alemanha, Reino Unido, Espanha – e Portugal.
POR LEN PORT
Len Port é jornalista e autor radicado no Algarve. Acompanhe as reflexões de Lens sobre eventos atuais em Portugal no seu blog: algarvenewswatch.blogspot.pt
“Aficionado por viagens. Nerd da Internet. Estudante profissional. Comunicador. Amante de café. Organizador freelance. Aficionado orgulhoso de bacon.”