Facção de centro-direita lidera nas pesquisas de boca de urna

(Bloomberg) — A coalizão AD de centro-direita de Portugal venceu as eleições de domingo em uma disputa acirrada que encontrou apoio para a onda de extrema direita.

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Com 99% dos votos apurados, a AD garantiu 79 cadeiras. O partido de extrema-direita Chega registou o maior aumento de votos face às eleições de 2022 – já conquistou 48 assentos, quadruplicando o seu número atual. Isto significa que a AD poderia controlar o parlamento com o apoio do Chega.

André Ventura, que fundou o Chega em 2019, fez com que o partido passasse de uma entidade parlamentar única para a terceira maior força parlamentar. Ele disse no domingo que estava claro que a AD e o Chega tinham maioria absoluta e que deveria ser autorizado a negociar um papel num governo liderado pelo centro-direita.

O presidente da AD, Luis Montenegro, descartou mais uma vez qualquer acordo com Ventura, com quem mantém uma relação amarga.

As eleições antecipadas foram convocadas depois de o primeiro-ministro socialista, António Costa, ter renunciado em Novembro, no meio de uma investigação sobre alegado tráfico de influência. Costa, que era primeiro-ministro desde 2015, foi reeleito em janeiro de 2022 com maioria absoluta no parlamento.

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Centro-direita reivindica vitória (1h03)

O líder da AD reivindicou vitória e disse esperar que o presidente português lhe desse o mandato para formar um governo. Montenegro reiterou também que não procurará um acordo com o Chega, mesmo que isso dê ao seu partido a maioria dos assentos no parlamento.

“Claro que vou manter a minha palavra”, disse Montenegro quando questionado se iria cumprir a promessa de campanha de não formar aliança com o Chega.

Disse esperar que o Partido Socialista e o Chega não unam forças para bloquear o novo governo.

Socialistas admitem derrota (12h45)

O líder socialista Pedro Nuno Santos disse que o seu partido estava pronto para ser oposição depois de admitir a derrota à coligação de centro-direita.

Em declarações aos seus apoiantes num hotel em Lisboa, Nuno Santos disse já ter felicitado o líder da AD pela vitória. “O Partido Socialista está a tornar-se na oposição.” Acrescentou que a AD não deveria contar com o seu apoio para governar, embora não ajudasse a bloquear a sua tentativa de formar um governo.

Manifestantes climáticos têm como alvo local do PSD (22h58)

Manifestantes climáticos atiraram tinta vermelha no Epic Sana Hotel, onde o Partido Social Democrata (PSD) realiza uma festa eleitoral durante as eleições gerais em Lisboa, Portugal, domingo, 10 de março de 2024. A coligação AD de centro-direita de Portugal está na República Democrática do Congo e vencerá os seus adversários socialistas nas eleições parlamentares, de acordo com uma sondagem eleitoral, criando as condições para um governo minoritário contar com o apoio de partidos mais pequenos para governar.

Partido espanhol de extrema-direita felicita Chegas Ventura (22h35)

Santiago Abascal, líder do partido espanhol de extrema-direita Vox, felicitou o Chegas Ventura pelo “ótimo resultado” numa publicação no X.

Tal como acontece com o Vox em Espanha, a extrema-direita em Portugal continua a ser o terceiro maior partido no parlamento e ainda está excluída dos dois primeiros lugares.

Elevada participação eleitoral (20h55)

A participação de domingo deverá ser a mais elevada numa eleição geral em cerca de 15 anos, de acordo com a sondagem à boca da RTP. O número de eleitores portugueses superou o das duas últimas eleições, em 2019 e 2022, ambas vencidas pelos socialistas.

Chega insiste que quer um papel no Governo (20h51)

O líder do Chega, Ventura, congratulou-se com o que considerou um resultado “histórico” para o partido, afirmando que recebeu apoio suficiente dos eleitores para poder negociar um papel no próximo governo. “Hoje os portugueses pronunciaram-se e deixaram claro que querem um governo bipartidário – Chega e AD”, disse Ventura em comentários transmitidos pela televisão RTP. Juntos, os dois partidos controlariam efectivamente o parlamento.

No entanto, uma coligação parece improvável. Antes da votação, o chefe da AD, Montenegro, rejeitou qualquer aliança com o Chega. Num debate televisionado em 12 de fevereiro, Montenegro disse que Ventura representava ideias “xenófobas, racistas, populistas e excessivamente demagógicas” e representava o “grau zero da política”.

O governo minoritário tem que fazer concessões (20h38)

A falta de maioria absoluta deixa Portugal numa “situação obscura”, já que o governo depende do apoio de outros partidos no parlamento para governar, disse Marina Costa Lobo, professora de ciências políticas na Universidade de Lisboa.

A AD descartou uma aliança com o Chega, o que significa que necessitará do apoio do Partido Socialista, o que, segundo Costa Lobo, complicará decisões importantes como o orçamento anual. “Estamos numa situação terrível em que é necessário fazer concessões e compromissos.”

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Nicole Leitão

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