- Por Christy Cooney
- BBC Notícias
O Papa Francisco manteve encontros privados com vítimas de abusos sexuais cometidos por padres durante uma visita de cinco dias a Portugal.
Num comunicado, o Vaticano disse que a reunião foi realizada na quarta-feira numa “atmosfera de escuta intensa”.
Um relatório deste ano concluiu que pelo menos 4.815 crianças foram vítimas de abusos em Portugal e que a Igreja tentou “sistematicamente” esconder o problema.
Num serviço religioso noturno em Lisboa, o Papa disse que a Igreja deve ouvir “os gritos angustiados das vítimas”.
Ele acrescentou que o escândalo “nos chama à purificação humilde e contínua” e que a raiva generalizada sobre ele contribuiu para “um distanciamento crescente da prática religiosa”.
A reunião, realizada na missão diplomática da Santa Sé em Portugal, envolveu 13 vítimas de abusos e durou mais de uma hora, disse o Vaticano.
Estiveram também presentes responsáveis da Igreja portuguesa responsáveis pela protecção de menores.
Em Fevereiro, uma comissão independente criada pela Igreja Católica em Portugal publicou um relatório que documentava as experiências de 564 pessoas que afirmaram ter sido abusadas por padres ou outros funcionários da Igreja.
O exercício – semelhante às auditorias realizadas noutros locais da Europa e das Américas – analisou casos que datam de 1950.
Em muitos casos, os testemunhos indicaram que outros menores tinham sido abusados, elevando o número total estimado de vítimas para milhares.
Ao apresentar o relatório, o presidente da comissão, o psiquiatra infantil Pedro Strecht, disse que as estimativas representam um “mínimo” e que “estes números são apenas a ponta do iceberg”.
Prestando homenagem àqueles que contactaram a comissão para prestar depoimento, disse que “corajosamente deram voz ao silêncio”.
O Papa Francisco esteve em Portugal para assinalar a Jornada Mundial da Juventude, um festival de uma semana de eventos religiosos e culturais organizado pela Igreja a cada poucos anos em cidades de todo o mundo.
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