MOSCOU (Reuters) – Um recruta que confessou ter matado oito pessoas em um tiroteio em uma base militar russa foi condenado a 24,5 anos de prisão nesta quinta-feira.

Ramil Shamsutdinov abriu fogo contra soldados na base na região do Extremo Oriente de Zabaykalsk em 25 de outubro de 2019. Ele disse que foi provocado ao ataque por severo assédio no quartel.

Embora a sentença de Shamsutdinov tenha sido próxima da pena de 25 anos solicitada pelos procuradores, alguns familiares das vítimas consideraram-na demasiado branda.

“Para nós, a sentença é branda”, disse Anna Yevseeva, esposa de uma das vítimas, ao meio de comunicação Life. “Não estamos satisfeitos. O que são 25 anos comparados com as vidas humanas de oito pessoas, oito jovens?”

Shamsutdinov também foi condenado a pagar 9,8 milhões de rublos (133 mil dólares) de indenização, quantia que seu pai disse que a família não tinha condições de pagar.

“Não sei com o que eles estão contando. “Você acha que Ramil é milionário ou que eu sou milionário?”, disse ele, segundo a Life. A defesa decidirá se apelará assim que ler o raciocínio do tribunal, informou a agência de notícias RIA.

A defesa de Shamsutdinov – de que ele foi provocado por bullying – chamou a atenção para a intimidação de recrutas nas forças armadas. As autoridades de defesa russas insistem que reprimiram as práticas de intimidação notoriamente violentas que foram generalizadas na era soviética e no início da era pós-soviética.

Em março do ano passado, um tribunal condenou um soldado a uma pena suspensa de dois anos por espancar soldados, incluindo Shamsutdinov, informou a RIA.

Numa carta aberta partilhada nas redes sociais pelo seu advogado, Shamsutdinov disse que lamentava não ter sido capaz de se conter, mas que não poderia suportar mais abusos depois de a sua vida ter sido transformada num “inferno”.

(US$ 1 = 73.8800 rublos)