Baixo nível de vida para 57% dos portugueses

Depois da Bulgária, Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) ao lado de Chipre onde a população diz sentir os efeitos da guerra na Ucrânia no seu nível de vida. De acordo com o Eurobarómetro Especial Primavera 2022 do Parlamento Europeu, publicado esta quarta-feira, 57% dos portugueses acreditam que os efeitos da invasão russa já reduziram o seu nível de vida e prevêem que isso se mantenha até 2023, enquanto 40% dos europeus afirmam que já sentiram as consequências do conflito.

Mas não é só nesta questão que os portugueses se distanciam da maioria dos cidadãos europeus. Como eles estão entre os primeiros a dizer que estão sentindo os efeitos da guerra, eles também veem de forma diferente quais deveriam ser as prioridades da UE. Enquanto 59% dos europeus acreditam que a liberdade e a democracia devem ser uma prioridade, mesmo que afetem os preços e o custo de vida, apenas 49% dos portugueses pensam assim. Quando questionados se a manutenção dos preços e do custo de vida deve ser uma prioridade, mesmo que prejudique os valores comuns europeus, 45% dos portugueses dizem que sim, contra a média europeia de 39%.

Diferenças pronunciadas

As diferenças nas prioridades políticas do Parlamento Europeu são ainda mais pronunciadas. No topo da lista está o combate à pobreza e à exclusão social: 38% dos europeus elegeram este tema como prioritário, contra 66% dos portugueses. Segue-se a saúde pública (escolhida por 53% dos portugueses versus apenas 35% dos europeus) e o apoio à economia e a criação de novos empregos, que são priorizados por 52% dos portugueses versus 30% dos europeus. A democracia e o Estado de direito aparecem como a terceira prioridade na média europeia, mas para os portugueses foram a décima primeira escolha.

Quanto aos valores prioritários que os eurodeputados devem defender, os portugueses apoiam a proteção dos direitos humanos a nível da UE e global (42% vs. 27% dos europeus), a solidariedade entre os Estados-Membros e as suas regiões (29% vs. 20% da europeus) e democracia (28% contra 38% dos europeus).

Fernão Teixeira

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