Marcelo deverá decidir sobre a dissolução do parlamento

Segundo um aviso publicado no site oficial do Presidente da República, os partidos serão consultados “após a demissão do Primeiro-Ministro e, em particular, também de acordo com o disposto no artigo 133.º da Constituição”.

Esta norma constitucional estabelece que cabe ao Presidente da República dissolver a Assembleia da República, ouvidos os partidos nela representados e o Conselho de Estado.

O chefe de Estado receberá os partidos no Palácio de Belém por ordem crescente de representação parlamentar – Livre, PAN, BE, PCP, Iniciativa Liberal, Chega, PSD e PS – para reuniões entre as 11h00 e as 19h00.

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que iria “falar ao país imediatamente após a reunião do Conselho de Estado”.

O Conselho de Estado foi convocado “nos termos do artigo 145.º, alínea a) e alínea e), segunda parte” da Constituição – segundo o qual compete a este órgão “decidir sobre a dissolução da Assembleia da República”, mas também: “em geral, assessorar o Presidente da República no exercício das suas funções.”

Na atual legislatura com maioria absoluta do PS, Marcelo Rebelo de Sousa disse que uma eventual saída de António Costa levaria à dissolução do Parlamento e impediria a criação de outro executivo com a mesma maioria.

António Costa apresentou esta terça-feira a sua demissão do cargo de primeiro-ministro ao Presidente da República, depois de o Ministério Público ter anunciado que foi aberta contra si uma investigação do Supremo Tribunal sobre projetos de lítio e hidrogénio.

António Costa declarou a “consciência tranquila” e defendeu, no entanto, que “a dignidade do cargo de primeiro-ministro não é compatível com a suspeita da sua integridade, do seu bom comportamento ou, muito menos, com a suspeita de um ato criminoso”.

Foram realizadas terça-feira buscas em repartições públicas, incluindo na residência oficial de São Bento, durante as quais o chefe da Casa Civil do primeiro-ministro, Vítor Escária, foi detido para interrogatório.

António Costa renunciou ao cargo de Primeiro-Ministro depois de quase oito anos, cargo que assumiu em 26 de novembro de 2015.

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Alberta Gonçalves

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