Ministro dos Negócios Estrangeiros polaco sinaliza possíveis sanções nacionais contra a Bielorrússia

BUDAPESTE (Reuters) – Se a União Europeia não impor sanções às autoridades bielorrussas, os estados-membros da UE vizinhos à Bielorrússia poderão considerar a imposição de suas próprias sanções nacionais, disse o ministro das Relações Exteriores da Polônia nesta segunda-feira.

Zbigniew Rau, falando numa conferência de imprensa em Budapeste, disse esperar que a UE chegue em breve a um consenso sobre a punição, que ele disse ser necessária dadas as “claras violações dos direitos humanos” da Bielorrússia contra os manifestantes.

“Esta questão (sanções) foi adiada devido a objeções de um dos membros da UE, mas iremos discuti-la novamente no fórum da UE”, disse Rau através de um tradutor depois de se encontrar com o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto.

Chipre bloqueou os planos da UE para impor sanções à Bielorrússia por alegada fraude eleitoral e abusos dos direitos humanos devido a uma disputa separada com a Turquia.

A questão constrangeu a UE, realçando a facilidade com que a tomada de decisões pode ficar paralisada em áreas como a política externa, que exige unanimidade entre os 27 Estados-Membros.

A Bielorrússia mergulhou no caos depois de uma eleição presidencial no mês passado que o presidente Alexander Lukashenko diz ter vencido por uma vitória esmagadora, mas a oposição diz que foi fraudada. No poder há 26 anos, ele não demonstrou nenhuma inclinação para renunciar, apoiado pelo apoio da Rússia.

A Polónia, que faz fronteira com a Bielorrússia, quer que a UE ofereça a Minsk ajuda financeira de pelo menos mil milhões de euros (1,18 mil milhões de dólares) como parte de um “Plano Marshall” para reconstruir o país e ajudar a reduzir a sua dependência da Rússia.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que tem entrado frequentemente em conflito com a UE devido à sua posição dura em relação à migração e às liberdades democráticas, defendeu o direito de um Estado-Membro impedir que todo o bloco dê as ordens.

“Não envergonhe Chipre”, disse Orban à Reuters numa entrevista na sexta-feira. “As sanções podem ser negociadas repetidamente, e se houver uma votação unânime… podemos fazê-lo. Mas agora não há acordo.”

Reportagem de Krisztina Than; Editado por Catherine Evans

Chico Braga

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