Portugal cai 13 lugares no “Índice de Representação Política” do relatório sobre democracias

Os cidadãos sentem-se menos representados pelos seus “líderes”.

Portugal caiu 13 lugares no “Índice de Representação Política” do país. Relatório anual sobre o estado global das democracias.

O que isso significa é isso Os cidadãos sentem-se “menos representados pelos seus líderes” – o que pode fazer sentido no contexto de uma maioria absoluta.

Na verdade, esta é uma situação que… O chefe de estado do país tentou alertar em vários discursos recentes.

Contudo, os avisos do Presidente Marcelo não ajudaram a impedir nada do que está a acontecer a nível europeu.

Como os relatórios apontam hoje, “o estudo mostra isso”. Na Europa, muitas democracias com fortes tradições experimentaram um declínio no seu desempenho democrático“.

Portugal é um dos países que sofreu a maior queda no índice de representação política – um péssimo sinal. É o índice que mostra “como os cidadãos se sentem representados pelos representantes eleitos”, afirma a Lusa, sem se referir ao nível de agitação social e pública que atingiu o país nos últimos meses.

Há poucos dias, a Lusa publicou uma reportagem sobre o assunto Só nos primeiros nove meses deste ano, o número de avisos de greve no setor público aumentou cerca de 290% (em comparação com o ano passado, quando a insatisfação com o governo também era um tema popular).

Em números, tudo isto significa que no ano passado Portugal “caiu” do nono lugar do ranking para o 22.º lugar, depois de ter ficado em 3.º lugar em 2017 (num ranking que inclui 173 países).

Estes estudos são conduzidos pelo IDEA, o Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral, uma organização intergovernamental com sede em Estocolmo, na Suécia.

A IDEA destaca o facto de Portugal estar entre um grande grupo de países que diminuíram significativamente neste índice nos últimos seis anos.

O único ponto positivo é que Portugal ainda está numa posição relativamente boa em comparação com muitos outros países, incluindo na Europa, embora continue a sair de um estado comparativamente bom.

Na verdade, não torna as coisas “melhores”, mas talvez mostre que nada é realmente muito bom.

Em outro índice relevante (dos 17 analisados) que se refere a Participação cidadã (O Maneiras pelas quais as pessoas tentam interferir no processo democrático), Portugal subiu sete posições face ao ano passado (de 76.º para 69.º) e mantém-se na metade superior do ranking. E isso é realmente uma excelente notícia, como mostra A insatisfação traz ação, mesmo num país marcado pela memória da ditadura.

Diz a Lusa, Portugal manteve o 31.º lugar no índice dos direitos civis (em 2021 e em 2017) durante o evento Índice do Estado de Direito (aquele que apresentou a maior erosão em escala global), o cO país caiu apenas uma posição, da 33ª para a 34ª posição (Em 2017, Portugal estava 12 lugares acima, mas… isso é história antiga).

No total, A IDEA destaca que muitas democracias europeias estão a registar um verdadeiro declínio no desempenho democrático – nomeadamente a Áustria, os Países Baixos, Portugal e o Reino Unido.

Mas, ao mesmo tempo, a Europa continua a ser “uma das regiões com melhor desempenho no mundo, e há até sinais encorajadores, especialmente na Europa Central, de progressos significativos no desempenho democrático”.

De acordo com o relatório, quase metade (85) dos 173 países inquiridos registaram declínios em pelo menos um indicador-chave do desempenho democrático ao longo dos últimos cinco anos, com base em 17 parâmetros que vão das liberdades civis à independência judicial.

Então O presidente Marcelo leu muito na sala quando tentou no ano passado e novamente no início deste ano alertar o país para os perigos do desaparecimento da democracia. Como aponta o último relatório da IDEA: “A democracia deve ser revigorada– não porque tenha de prevalecer numa suposta nova era da Guerra Fria, mas porque ainda oferece a melhor oportunidade de preservar o que é necessário (e valioso) para a vida humana. Esta é a verdadeira medida do sucesso das democracias e das sociedades de hoje.” DE

Nicole Leitão

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