RIO DE JANEIRO (AP) – A Comissão de Direitos Humanos do Senado do Brasil enviou uma equipe ao território indígena Yanomami após denúncias de que uma menina indígena de 12 anos foi agredida sexualmente e assassinada.
Em postagem em sua conta no Twitter nesta terça-feira, o senador Humberto Costa, que preside a comissão, disse que o objetivo da viagem é garantir os “direitos invioláveis” dos povos indígenas.
Ainda não está claro como a equipe do Senado conduzirá sua investigação. A Associated Press tentou entrar em contato com o senador Costa por telefone e WhatsApp, mas não conseguiu falar com ele.
Relatos do crime provocaram indignação no Brasil, onde muitos já estão preocupados com o tratamento do povo Yanomami, cujo território na fronteira do Brasil com a Venezuela foi invadido por milhares de garimpeiros ilegais. Durante uma sessão da Suprema Corte na sexta-feira, um juiz exigiu uma investigação e o presidente do tribunal chamou o caso de “muito sério”.
O suposto crime foi denunciado pela primeira vez em 25 de abril por Junior Hekuri Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Yanomami e Ye’kwana. Em um vídeo postado nas redes sociais, ele acusou garimpeiros ilegais de serem responsáveis pelo crime.
Dois dias depois, a Polícia Federal voou para a remota comunidade de Aracaa. O departamento disse em um comunicado posterior que não havia encontrado nenhuma evidência do assassinato da menina. A liderança Yanomami, no entanto, disse em seu próprio comunicado que os garimpeiros forçaram os moradores a negar os assassinatos.
“O estupro e a morte se tornaram comuns em áreas densamente povoadas da população indígena Yanomami”, disse Carlos Fausto, antropólogo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, à AP por texto.
Fausto se referiu à reportagem “Yanomami Sob Ataque”, publicada no mês passado pela Associação Hutukara Yanomami. Citou uma mulher Yanomami não identificada dizendo que houve três estupros e assassinatos de adolescentes indígenas desde 2020.
O grupo de defesa Ambiental e Indígena estima que existam cerca de 20.000 garimpeiros ilegais agora na região Yanomami, que é aproximadamente o tamanho de Portugal. O governo do presidente Jair Bolsonaro afirma que há muito menos, apenas 3.500 invasores. A população indígena total era de cerca de 29.000, de acordo com a associação Hutukara.
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