Transporte de MRSA por funcionários e poluição de outras “superbactérias” encontradas em consultórios veterinários portugueses

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Crédito: Pixabay/CC0 Domínio Público

Mesas de exame, balanças e outras superfícies em cirurgias de pequenos animais são frequentemente infestadas com superbactérias multirresistentes, sugerem os resultados de um estudo português.

A pesquisa, que será apresentada no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID) deste ano em Copenhague, Dinamarca (15 a 18 de abril), descobriu que 19% das superfícies abrigam pelo menos uma bactéria multirresistente.

Cães, gatos e outros animais de estimação são conhecidos por contribuir para a disseminação de patógenos multirresistentes que podem causar doenças em humanos. As clínicas veterinárias de pequenos animais (SAVPs) são um elo potencialmente importante na propagação destes agentes patogénicos e dado o número de SAVPs a crescer em Portugal, é importante determinar a prevalência de bactérias multirresistentes nesta parte do setor veterinário.

Joana Moreira da Silva e colegas do Laboratório de Resistência Antimicrobiana do Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde Animal (CIISA), Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa, Portugal, estudaram oito SAVPs, todos localizados em Lisboa e arredores.

Superfícies críticas, incluindo mesas de operação, tosquiadeiras, mesas de exame e balanças, foram esfregadas e amostras nasais foram obtidas dos veterinários, veterinários e outros funcionários.

Os swabs foram testados quanto à presença de bactérias multirresistentes.

Pelo menos uma bactéria multirresistente foi encontrada em 18,9% (34/182) das superfícies testadas. Estes incluem Acinetobacter spp. e estafilococos, incluindo S. pseudintermedius. Essas bactérias são responsáveis ​​por infecções clínicas altamente resistentes tanto na medicina humana quanto na veterinária.

Em uma das clínicas veterinárias, 18,2% das superfícies testadas (4/22) foram positivas para Acinetobacter spp produtor de OXA-23. Essas bactérias, encontradas em várias superfícies, são resistentes aos antibióticos carbapenêmicos. Os carbapenêmicos são proibidos na medicina veterinária pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e desempenham um papel importante na medicina humana, onde fazem parte da última linha de tratamento quando outros antibióticos falharam.

Isso, juntamente com estudos anteriores que encontraram infecções resistentes a carbapenem em animais de estimação, ressalta a possibilidade de que SAVPs possam desempenhar um papel na disseminação de bactérias multirresistentes na comunidade.

Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) não foi encontrado em nenhuma das superfícies testadas.

Cerca de 23% dos trabalhadores eram portadores de MRSA. Embora o MRSA não seja comum na medicina veterinária, a transmissão nasal é comum na saúde humana e na comunidade.

No entanto, se o MRSA penetrar profundamente no corpo, por exemplo, através de feridas ou cateteres, causa infecções pulmonares, cutâneas e outras, algumas das quais podem ser fatais. A bactéria está na lista da Organização Mundial da Saúde de “patógenos prioritários” resistentes a antibióticos – o que significa que está entre as bactérias que representam o maior risco para a saúde humana.

Sra. Moreira da Silva, Ph.D. Student, diz: “Nossas descobertas ressaltam a necessidade de implementar e monitorar políticas de infecção, prevenção e controle (IPC) em práticas veterinárias de pequenos animais”.

“A inclusão da vigilância do trabalhador para a transmissão nasal de MRSA também é importante na elaboração das diretrizes do IPC. Tais medidas podem impedir a disseminação de bactérias multirresistentes na comunidade”.

“As pessoas não devem ter medo de levar animais de estimação ao veterinário – ainda é de longe o melhor lugar para eles receberem tratamento”.

Mais Informações:
Conferência: www.eccmid.org/

Fornecido pela Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas

Marco Soares

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