Turismo em Portugal recebe novo pacote de ajuda – ministro da Economia

LISBOA, 10 Fev (Reuters) – O governo de Portugal está preparando um pacote de apoio para o setor de turismo do país, disse o ministro da Economia nesta quarta-feira, incluindo planos de reembolso de empréstimos atrasados, instrumentos de dívida em capital e doações.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse a uma comissão parlamentar que o pacote visa garantir que as empresas do setor resistam à crise “sem que os seus balanços fiquem sobrecarregados de dívidas”.

“O turismo vai precisar de apoios mais intensivos… Estas empresas vão ficar esgotadas depois de um ano de pandemia em que esgotaram as suas reservas (financeiras)”, disse Siza Vieira.

Os rendimentos dos turistas desempenharam um papel crucial na recuperação de Portugal da crise económica e da dívida de 2010, representando um total de 15% do produto interno bruto de Portugal em 2019.

Mas bloqueios e restrições de viagens durante a pandemia paralisaram o setor, já que apenas um terço do número habitual de turistas visitou o país no verão passado, no auge da temporada turística, mostraram dados do governo.

Segundo a Associação Portuguesa de Hotéis, as receitas do setor deverão ter caído 80% em 2020. Um comunicado na quarta-feira disse que outros 100.000 empregos podem ser perdidos este ano, a menos que o setor receba apoio direcionado.

“Os hotéis de média dimensão não vão sobreviver a este longo inverno de turismo e quando reabrirem não estarão lá para dinamizar a economia do país”, afirmou o presidente da AHP, Raul Martins.

O Governo está também a discutir com o Banco de Portugal e a Associação Portuguesa de Bancos o prolongamento da moratória no reembolso dos empréstimos, que vigora até setembro, e o adiamento do vencimento da restante dívida, disse Siza Vieira.

“As moratórias são muito importantes. Estamos ajustando a duração e os termos dessas moratórias para vincular seu fim à recuperação econômica”, afirmou.

Os bancos portugueses suspenderam o pagamento do principal e dos juros de € 46 bilhões em dívidas corporativas e domésticas para conter um aumento nos empréstimos inadimplentes.

Por Sérgio Gonçalves; reportagem adicional de Catarina Demony; Editado por Victoria Waldersee, William Maclean

Alberta Gonçalves

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