Portugal já não pode conceder cidadania a residentes em Goa

NOVA DELI: A Embaixada de Portugal na Índia recomendou ao seu governo que o país ponha fim à política de concessão de cidadania aos residentes de Goa nascidos antes de 20 de Dezembro de 1961 e aos seus descendentes, a fim de melhorar as relações bilaterais entre os dois países e resolver disputas legais sobre dupla cidadania. “O governo português deve tomar uma decisão política sobre se e por quanto tempo esta prática deve continuar”, disse um alto funcionário do governo português. Portugal não tem prazo para a concessão de cidadania a pessoas oriundas de ex-colónias de África, Ásia e América Latina.

Goa foi libertada do domínio português em dezembro de 1961 e as relações entre as duas nações eram inconsistentes. Depois de as relações diplomáticas terem sido rompidas em 1955 devido ao estatuto de Goa, só foram restauradas em 1974. As embaixadas reabriram no ano seguinte. Em 2012-2013, dos cerca de 2.200 residentes de Goa que receberam a cidadania portuguesa, 500 eram funcionários públicos, levantando preocupações para o Estado indiano.

Funcionários do governo português admitem que o objectivo da cidadania para a maioria, senão para todos, os candidatos é entrar na União Europeia para encontrar trabalho nas partes mais ricas do continente. Quem se torna cidadão português deve renunciar à cidadania indiana, pois o país não permite a dupla cidadania. Desde 2011, os nomes de 1.968 residentes de Goa com nacionalidade portuguesa foram retirados dos cadernos eleitorais em Goa. Os residentes dos Territórios da União de Damão, Diu, Dadra e Nagar Haveli são elegíveis para solicitar a cidadania portuguesa, uma vez que estes territórios também foram ex-colónias do país europeu.

A política levou a vários litígios legais sobre funcionários do governo goês que se diz terem nacionalidade portuguesa. A bancada de Goa do Tribunal Superior de Bombaim está a ouvir um caso relacionado com alegações de dupla cidadania contra dois legisladores – Glen Ticlo do Partido Bharatiya Janata e Caetano Silva do Partido Goa Vikas.

A melhoria das relações com a Índia poderia beneficiar Portugal, um dos países mais afetados pela crise da dívida europeia.

(Agora você pode assinar nosso Canal WhatsApp do Economic Times)

Alberta Gonçalves

"Leitor. Praticante de álcool. Defensor do Twitter premiado. Pioneiro certificado do bacon. Aspirante a aficionado da TV. Ninja zumbi."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *