Representação interativa animada da história do comércio de escravos no Atlântico.

Quando falamos de “escravidão americana” ou “comércio de escravos americano”, geralmente nos referimos às colônias americanas ou, mais tarde, aos Estados Unidos. Mas, como discutimos no episódio 2 da History of American Slavery Academy de Slate, a América do Norte desempenhou um papel menor no comércio global de escravos. Desde os primórdios do comércio no século XVIº século até sua conclusão no século XIXºOs comerciantes de escravos trouxeram a grande maioria dos africanos escravizados para dois lugares: o Caribe e o Brasil. Dos mais de 10 milhões de africanos escravizados que acabaram por chegar ao Hemisfério Ocidental, apenas 388.747 – menos de 4 por cento do total – vieram para a América do Norte. Isto foi representado pelos 1,3 milhões trazidos para a América Central espanhola, pelos 4 milhões trazidos para as operações britânicas, francesas, holandesas e dinamarquesas nas Caraíbas e pelos 4,8 milhões trazidos para o Brasil.

Projetado e construído pelo colaborador da Slate, Andrew Kahn, este museu interativo dá uma ideia da escala do comércio transatlântico de escravos ao longo do tempo, bem como dos fluxos de transporte e dos possíveis destinos. Os pontos – representando navios negreiros individuais – também correspondem ao tamanho de cada viagem. Quanto maior o ponto, mais pessoas escravizadas estão a bordo. E se você pausar o mapa e clicar em um ponto, aprenderá mais sobre a bandeira do navio – era britânica? Português? Francês? – seu local de origem, seu destino e sua história no tráfico de escravos. O sistema interativo anima mais de 20 mil viagens catalogadas no catálogo Banco de dados do comércio transatlântico de escravos. (Excluímos viagens para as quais há informações incompletas ou vagas no banco de dados.) O gráfico abaixo coleta estatísticas com base nos dados brutos usados ​​no interativo e, novamente, representa apenas uma parte do comércio real de escravos – aproximadamente metade o número de africanos escravizados efectivamente transportados para fora do continente.

Existem algumas tendências a serem lembradas. Sendo os primeiros estados europeus com uma presença importante no Novo Mundo, Portugal e Espanha dominaram o primeiro século do comércio transatlântico de escravos, enviando centenas de milhares de pessoas escravizadas para as suas propriedades na América Central e do Sul e nas Caraíbas. O papel dos portugueses não diminui ao longo dos 17 anos, mas aumentaº18ºe 19º Séculos em que Portugal trouxe milhões de africanos escravizados para as Américas.

No século XVII, contudo, o transporte espanhol declinou e foi substituído (e superado) pela atividade britânica, francesa, holandesa e – no final do século – americana. Estes cem anos – de cerca de 1725 a 1825 – também representam o pico do comércio de escravos, quando os europeus enviaram mais de 7,2 milhões de pessoas para o Novo Mundo para trabalhos forçados, doenças e morte. Por vezes, durante este período, o transporte britânico excede até o de Portugal.

Nas últimas décadas do comércio transatlântico de escravos, Portugal recuperou o seu estatuto de líder no comércio de escravos, enviando 1,3 milhões de pessoas para o Hemisfério Ocidental, principalmente para o Brasil. A Espanha também retorna como país líder no comércio de escravos, enviando 400 mil pessoas para o Ocidente. Em contraste, as restantes nações europeias desistiram em grande parte do seu papel no comércio.

Com a conclusão do comércio transatlântico de escravos no final do século XIXº No século XIX, os europeus escravizaram e transportaram mais de 12,5 milhões de africanos. Os historiadores estimam que pelo menos dois milhões não sobreviveram à viagem. – Jamelle Bouie

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